25 de jun. de 2010

Alegres ou Ignorantes?


“Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta
Não há garganta que não pare de berrar”.

Já gritava Samuel Rosa e Nando Reis na torcida pela nossa seleção.
2010, ano de Copa do Mundo de Futebol, o povo brasileiro levanta a cabeça e carrega nossos jogadores, passando de mão em mão, glorificando e comemorando ser filho deu um país verde amarelo, ser filho do Brasil. Os pés cansados movimentam-se como numa dança, o samba toca, a bola rola, o pé chuta, e então, a euforia, é gol.
O Brasil é o país do futebol, porém a tradição que, antes, se via nas ruas, está se perdendo. Não vemos mais aquelas cidades pintadas com a cor do nosso time, não vemos mais aquele aglomerado de gente assistindo aos jogos juntos, em todas as esquinas. Bons tempos... Felizmente mulheres como Silmara Nadolny, 44 anos, não deixa essa cultura morrer. Moradora da área central do bairro Abranches, Silmara, a cinco copas decora (com a ajuda de patrocinadores) a rua em que mora que já até ganhou o apelido de “Rua Canarinho”. Torcedora Fanática do Clube Coritiba, não esquece de uma copa e tem motivos: começou em 94, pois seu irmão Vincentinho morreu e como forma de homenagear não só a ele, mas também a todo o país, passou em toda copa trazer alegria a todos os torcedores com muita festa na torcida pela seleção
Contudo, ela conta que já foi chamada de “louca fanática”, mas ela agradece porque tudo o que ela fez e faz é por orgulho de ser brasileira, de ser diferente e não tem vergonha disso, pois ela acredita que a Copa do Mundo é uma questão de Patriotismo e Nacionalismo. Ela ainda comenta que não gostou da convocação do Dunga, que o artilheiro do campeonato será Luis Fabiano e dá um palpite de que a final será entre Brasil e Argentina. “O problema vai ser a final contra a Argentina, não garanto que vença, mas chegará final e a próxima Copa vai ser aqui então podemos bradar pelo Hexa”.

Muitas pessoas a criticam, alegam que ela vive de uma alegria ignorante, gastando dinheiro com uma coisa fútil que é o futebol e esquece de abrir os olhos para a sociedade necessitada em que ela vive. Realmente vivemos num mundo problemático, mas temos que lembrar que a cada dia nós o ajudamos a ficar pior, com a poluição dos nossos carros, com as árvores que derrubamos para termos uma casa e mobília, etc. Necessitamos de pessoas como ela que traga a alegria não só a individual, mas a coletiva também, nem que seja de 4 em 4 anos como ela faz. Estamos inseridos num contexto capitalista, onde a ânsia por dinheiro é mais importante do que a felicidade de uma civilização. Contamos o desenvolvimento de uma região pelo PIB (Produto interno Bruto) e não pelo FIB (Felicidade Interna Bruta), realmente precisamos nos contagiar e começar a agir de uma forma mais descontraída, torcer, gritar, amar, e por fim, ser feliz.