26 de abr. de 2012

De um povo heroico surgiu o brado retumbante!



No sábado, 21 de Abril, o Brasil ouviu os gritos de uma população desgostosa com a corrupção no sistema político do país. O dia de Tiradentes foi escolhido para ser o Dia do Basta, para tanto, o movimento tomou as ruas em várias partes da nação. Acompanhei de perto, em Curitiba, as ações de um povo que acredita no sonho intenso de uma pátria amada limpa de corruptos.
A passeata se concentrou na Boca Maldita. Se a chuvinha espantou muita gente, tantos outros estavam lá presentes para honrar o verde-louro da bandeira nacional. Assim, aos poucos a manifestação foi ganhando força e reverberando através de músicas como: “Judiciário cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”, “Camarote não, a luta é aqui no chão”, “Vem, vem, vem pra rua vem, pelo Brasil” (as duas últimas para chamar o povo para a luta).






Esse foi o primeiro evento que presenciei, na minha, ainda, curta vida, no qual o desejo de mudança ecoava nos gritos da população. Mais do que uma questão de cidadania, direitos e deveres, estavam lá para sair da passividade e a partir da união lutar pela tão sonhada “ORDEM E PROGRESSO”.
Progresso que é disfarçado e transformado num verniz ilusionista pelos mesmos políticos ladrões, ou como Arnaldo Jabor diz “só se fala em mudança para que nada mude”. Os corruptos não se contentam apenas em roubar o dinheiro, eles ainda implementam padrões medíocres de pensamento “desenvolvicionista”, padrões que transformam aqueles “políticos” que projetam mais alto em alienados e sonhadores. Quando na verdade, esses são os realmente interessados em mudar o futuro, leia-se Critóvan Buarques da vida.

Vou pegar uma frase emprestada do livro “É preciso salvar a comunicação” de Dominique Wolton: “Se a política está em crise hoje em dia, em parte é porque os cidadãos estão muito mais exigentes, possivelmente mais inventivos, se pensarmos, por exemplo, na extensão que assumiram os movimentos de luta pelos direitos humanos e pela ecologia”. Sinto falta nessa frase da menção à luta por uma política honesta. Talvez, ela não esteja ali, porque esses movimentos ainda estão para acontecer. Ou estão começando, com o Dia do Basta!
Os organizadores da manifestação prometeram mais ações, afirmaram que estavam elaborando um material sobre cidadania para distribuir em escolas. Coletaram assinaturas, divulgaram mais duas possíveis passeatas para esse ano. Ou seja, este movimento deve ser constante e dinâmico, não algo isolado.
A pluralidade de organizações também era visível, longe de filiações à partidos políticos, estavam lá desde a galera que tem uma experiência no estrangeiro até o pessoal da ecologia, educação, saúde, etc.
      
        Ao contrário do ocorrido em São Paulo, a passeata foi pacífica, sem nenhum registro de violência, uma vez que o objetivo do movimento era influir “moralmente” na população brasileira.


     
         O que eu tiro disso? Tiro que temos que sair da cacofonia de Babel proporcionada pela desunião e nos juntar na tão sonhada aldeia global da reinvindicação.