22 de set. de 2011

A Caça


Caminhando sozinho pela árdua estrada do ódio e da perdição em busca do sempre mesmo amor perdido. Lágrimas ardem em mim com a paixão que deveria ter morrido junto da infeliz. Condenado a viver nessas encruzilhadas a procura de um step que acalme as chamas, ou que a apaguem de uma vez. Por todos os castelos, pelos mares, através das nuvens, nas entrelinhas, é sempre você que eu procuro.
O que eu mais desejo é que esse pavio queime até o final, mas essa parafina é impermeável a nossa cumplicidade, eternamente vagarei em busca de você, das suas unhas vermelhas, do seu cabelo negro, do seu estilo renascentista. Monaliza.
Você disse que não me queria, que o amava e que me veria por baixo. Antes ninguém a ter, e guardar aquela lembrança dos seus últimos minutos no meu braço. Com todas as possibilidades, escolhi a de ser eternamente aquele que te segue, procurando-lhe pelos entrecantos para pedir-lhe perdão. Está ficando tarde e não estou achando meu caminho pra casa, muito menos o do seu coração.
Nossos negócios mal resolvidos são um grande lixo, nossa intimidade é uma tragédia grega, o palco é o seu sono eterno e o enredo é nossa destruição. Rosas, doces, anéis caem do palco na nova perspectiva de uma vida marcada pelo grotesco e pelo pitoresco.