13 de dez. de 2012

O que importa é o SEXO



Lucas, solteiro de 38 anos, trabalha como analista de sistemas. Pedro, 52 anos, casado e pai de dois filhos. Douglas, 22 anos, estudante de engenharia mecânica. Três homens. Duas palavras. Um banheiro. Lucas, Pedro e Douglas (nomes fictícios) são “dependentes sexuais” e recorrem ao banheiro público da Praça Osório para satisfazerem sua “hipersexualidade”.
O sanitário masculino funciona como um Dark Room – quarto escuro, famosos em algumas boates como Pepper e Cats – porém com a vantagem de ser em um ambiente claro. O espaço conta com quatro mictórios e cinco cabines.
Os urinóis ficam preenchidos por homens que fingem urinar. “A cabeça virada para o lado e inclinada para baixo deixa a pista do que realmente aqueles caras querem.” explica Douglas. As cabines permanecem a maior parte do tempo fechada, funcionando como “quatro paredes”. De vez em quando, avista-se um homem nu a espera do próximo cliente. Lucas afirma que alguns cobram pelos serviços, mas que a maioria vai lá por prazer, diversão e sexo.
Num período de 30 minutos de observação, cerca de trinta homens entraram no banheiro, chegando a formar filas no recinto. A maioria dos frequentadores aparentava mais de 50 anos. Porém Pedro denuncia “Tem muito menininho de 14 anos que vem aqui também, eles sempre querem fazer alguma sacanagem, loucos por um oral”.
O desejo sexual excessivo em questão é considerado no Código Internacional de Doenças publicado pela Organização Mundial da Saúde. Os fetiches são apontados como maiores responsáveis pela compulsão por sexo nesse caso específico. A necessidade de frequentar sempre aquele lugar adquire um caráter narcotizante para os homens entrevistados.
Os três afirmam manter a sua vida normalmente. Eles levam o banheiro apenas como um refúgio sexual. Porém toda essa atividade entra em conflito quando fere a integridade do papel real do banheiro. Taís, vendedora da feirinha de Natal, reclamou que seu namorado nunca mais teve coragem de voltar ao banheiro depois de ter presenciado os atos recorrentes no sanitário.
O policial Antônio Luiz, explicou que o posicionamento da coorporação é de agir em caso de denúncia de constrangimento ou abuso sexual. Em qualquer uma dessas situações os acusados sofrem um ato infracional.
Pedro enfrenta essa rotina há 10 anos, Lucas há 4 e Douglas há 1. Porém nenhum deles se conhecem pelo nome. Apenas pelo tamanho. 

3 de dez. de 2012

Um desabafo de amor




Sempre fui bom em esconder sentimentos, mas chega uma hora que manter tudo em segredo começa a me machucar.
O motivo não é você. O motivo é a situação. Tente imaginar, só por um minuto, como está sendo para mim.
Estava totalmente vazio, e, de repente, alguém aparece. Alguém que foge completamente de tudo o que eu sempre busquei. Mas aos poucos, essa pessoa vai me chamando a atenção e me encantando. Eu começo a me pegar pensando nessa pessoa, sonhando, imaginando como seria.
Esses pensamentos se tornam mais frequentes a cada instante. Aí eu tomo um choque de realidade. Percebo que tudo o que imaginava ao seu lado é impossível. E algo pior me aflige: Uma pessoa, que eu imagino ser minha amiga, sente algo por essa mesma pessoa. Conheço-a bem e sei que ela não se importa com o que eu sinto, faria de tudo para destruir isso, joga sujo contra os meus sentimentos.
Começo a enfraquecer, começo a me afastar, porque não posso dizer nada ao meu amigo.
Tenho medo que a pessoa pela qual sinto algo saiba e acabe se afastando. E, assim, perderia ela para sempre.
É essa situação. A culpa não é sua. Nem minha, acho.
Só não queria que tivesse chegado a esse ponto. Não consigo mais evitar. Ou eu sufoco esse sentimento, ou eu vivo sofrendo sem fazer nada...
Optei por sufocar e contar tudo, através desse desabafo.

27 de nov. de 2012

Da arte à religião



Liane Padilha, curitibana de nascença, vive com as adversidades desde pequena por ser deficiente visual. Superou a cegueira através da música. Hoje é uma artista anônima da capital e traz uma lição de vida através do seu depoimento:
"Aprendi a fazer música quando perdi a visão. Assim que a perdi, pedi o violão emprestado pra minha vizinha. Pratiquei e aprendi sozinha. Meu pai me deixava passar fome e a minha mãe concordava com ele. Portanto, não tinha muito que fazer, acabei aprendendo para ocupar esse espaço de tempo.
Como eu era deficiente visual e não tinha uma religião. Na verdade até tinha, mas não entendia Deus. O que eu pensava sobre Ele era: “Poxa, Deus não gosta de mim, porque Ele me fez cega e já os outros conseguem enxergar”. Eu até servia a Deus da minha forma. Ia na Igreja, mas as pessoas me desprezavam, me descriminavam. E eu levava o preconceito como algo pessoal, porque isso existe mesmo. E EU QUERIA COLOCAR PARA OS SEUS AMIGOS que as desigualdades sociais e injustiças sociais não são realmente o que aparentam e o que pensamos ser. Pois tudo que acontece na vida da gente é ligado a vidas passadas. Não existe ninguém vítima do destino e não existe ninguém totalmente culpado, assim como não existe ninguém totalmente inocente. Comecei a me questionar: “Mas porque tal fulano fez maldade comigo?” Eu queria a prova antes de reencarnar. Então. Percebi que a lei da vida e a lei da reencarnação –processo de reencarnação- funcionam de formas diferentes. Se lembrar da reencarnação seria sofrer duas vezes o passado. Somos frutos do passado, mas não podemos ficar com ele preso na nossa cabeça pra afligir o nosso presente. Temos que viver o presente lembrando que estamos quitando os débitos do que passou e cuidá-lo para não criar débitos para o futuro, para, assim, podermos evoluir espiritualmente cuidando do próximo e fazendo caridade. Poderia me questionar achando que não precisaria fazer caridade por ser cega, mas eu enxergo. Quer dizer, eu não enxergo fisicamente, mas posso enxergar espiritualmente e ajudar alguém, dependendo do que Deus pedir de mim. Cada pessoa sente aquilo que Deus pede. Ninguém tem que ter mágoa de ninguém.
Agora já tenho dois CD’s. Um de música evangélica, outro de música normal. Não consegui ser artista de verdade. Então resolvi ser artista de brincadeirinha. Pedi pra Jesus primeiro a humildade, porque se eu for uma artista humilde eu não vou cair. Agora se eu for uma artista orgulhosa que esnoba as pessoas, num instante, igual fogo de palha, já cai. Nem que eu demore para ser uma artista de verdade, quero, adquirindo a humildade, continuar até o fim da minha vida sendo um artista. Escrevo música sobre a minha vida, sobre as mães. Gosto de cantar para as mães, pois ‘dia das mães’ é todo os dias, para mim.”

14 de nov. de 2012

A minha maior verdade



Sonhos são muito mais do que apenas a nossa imaginação. Sonhos transmitem parcelas da nossa verdade, da nossa realidade. E é a partir deles que essa história tomou parte na minha essência.
“Uma multidão caminhava, de cabeça baixa, morro acima. Todos vestiam capuzes marrons que contrastavam com o ambiente mórbido à sua volta e os tornava uma massa singular e homogênea. Um por um caía no penhasco e dava adeus à sua vida grotesca. E eu estava no meio de tudo aquilo. Era surreal como todos pareciam estar desprovidos das suas faculdades mentais, sem sentidos, sem perspectivas de futuro. Caminhar para a morte, todos iguais, sem convicções, sem laços, sem afetos, sem vontades. A minha vez estava chegando, e era tudo o que me restava.
Continuei caminhando naquelas terras vazias, conhecendo o meu futuro como a palma da minha mão. Todos nós estávamos seguindo o curso natural de uma VIDA, na qual o tempo controlava e perseguia os medíocres. Estava a um passo do meu fim...”
Não aguentava mais sonhar toda noite com penhascos. Resolvi me queixar para a minha mãe sobre os sonhos. Ela, sempre desconexa dos assuntos matinais, respondeu com a mesma ideia corriqueira de que não escolhemos com o que sonhamos e que eu estava paranoico. Ela ainda teve a audácia de sugerir que eu apenas dormisse, como se isso fosse possível, segundo a tese dela própria.
“Meus olhos estavam dilatados ao máximo, sentia o aroma do barro inundando o meu corpo, cada pernada que dava sentia mais as minhas forças se esvaindo e o meu fim próximo. Ele não parava de correr atrás de mim, parecia insaciável, tinha no mínimo duas vezes mais que o meu tamanho e estava quase me alcançando.
                Avistei logo em frente o final do caminho. Parecia que as alternativas eram, ou me entregava ao monstro, ou pulava e me entregava ao destino.
                Pulei. E a noite me engoliu...”
                Dessa vez, a ouvinte das minhas lamúrias foi a minha irmã. Ela sempre gostara dessas coisas de decifrar sonhos. Vivia correndo atrás de livros com significados. Porém seu conhecimento no assunto era bem escasso, uma vez que o maior hobbie dela, mesmo, era contar o sonho que tivera na noite anterior. Assim, ela acabou fazendo referência a um tal livro “Significado dos Sonhos” e sugerindo que eu fosse atrás de uma antiga conhecida nossa, a Tia Lilian.         
                A Tia Lilian era uma velha amiga da minha mãe, tinha uma sensibilidade aflorada e um conhecimento profundo sobre espiritualismo. Pretendia procura-la.
                Meu aniversário estava chegando, dia 02 de outubro, dali uma semana. Nasci no dia dos Anjos da Guarda e tinha como escudeiro o Anjo Gabriel. Esperava que ele bloqueasse tudo aquilo que estava acontecendo comigo e fizesse com que tudo voltasse a ser como antes. Como quando eu dormia, acordava e não lembrava nada, de forma que dava a impressão que eu nem tinha sonhado.
                Decidi que a procuraria caso essa tormenta continuasse depois do meu aniversário. Tudo parecia seguir bem. Passaram-se três dias sem nenhum sonho, ou pesadelo.
“Estava sentado, sozinho, na última fileira do teatro. Era uma ópera de Oberon. E Gabriel era o protagonista do espetáculo. Ao mesmo tempo em que o palco parecia tão distante, sentia Gabriel tão próximo.
As fileiras de cadeiras vermelhas estavam parcialmente vazias. Os seres que as ocupavam conversavam sobre o final do segundo ato. No momento que iniciaria o terceiro e último ato, as cortinas, ao invés de se abrirem, apenas caíram, cobrindo o chão de vermelho.
Gabriel estava lá. Encarava-me com um sorriso enorme em seu rosto. Flutuava sobre o mar escarlate que se tornara o palco. Os seres sumiram. O chão começou a ceder no início do anfiteatro. Fileira por fileira era engolida pela cratera que se formava. Dessa vez não tinha como escapar. Era o buraco que me perseguia. Mesmo assim, Gabriel continuava apenas me olhando e sorrindo. Cedi ao tempo, espaço e vontades. Deixei-me ser engolido pelo que me perseguia.”
Minha mãe parou o carro na frente da casa da sua amiga. Desci do carro sozinho. Entrei no ateliê da espírita e me deparei com ela sentada virada para a porta. O mesmo sorriso do anjo estava estampado na sua face:
                _Então você decidiu assumir sua mediunidade? 

27 de out. de 2012

Uma história sobre mim



“Era uma vez um piá polonês cujas covas da face eu, de fato, fitei.
Se tivesse eu tido bem mais sensatez, teria agarrado e beijado de vez!
Mas mesmo sem beijo, o menino levado me levou na conversa e me fez de freguês...
Tirou minhas fotos, em poses(!)... Sem pouso, eu quase fiquei.
Se liga muleke! Ou manda essas fotos ou as busco de uma vez!
Fim...”

By: L. C.

25 de ago. de 2012

A boneca, o retrato e as lembranças


A garotinha estava deitada sobre a sua caixa de brinquedos. Suas perninhas meio levantadas transmitiam toda a sua infantilidade e seu modo sapeca de criança. Entretanto, qualquer um que visse a expressão em seu rosto diria que estava carregado de ares adultos.

Seu olhar estava fixado na parede de madeira do outro lado do cômodo. Um olhar caído que variava do derrotado ao preocupado. As maçãs do rosto estavam rígidas. O maxilar cerrado. A testa franzida.

Enquanto fitava o retrato de sua irmãzinha, mantinha as perninhas em movimento. Estava com a boneca favorita da outra em suas mãos. Escolhera aquele lugar porque era onde costumavam passar as horas felizes juntas.

Durante os oito anos da sua vida aprendera que a sua irmã era a única pessoa com que poderia compartilhar as coisas. Passavam todo o sofrimento juntas. Juntas apanhavam todos os dias do tutor. Juntas faziam o trabalho da casa. Juntas dormiam, passavam fome e frio. E juntas eram abusadas...

Na escola, todos a achavam madura demais, com aquele olhar altivo sempre no rosto. O que ninguém sabia é que perdera a inocência e a ingenuidade no momento em que perdera os pais e fora jogada naquele buraco. Elas nunca contaram nada, não por medo, mas sim pelas promessas. O tutor sempre prometia que elas veriam seus pais novamente.

Ela nunca tivera medo, porque sempre tivera a outra ali com ela. Mas agora sentia algo estranho na barriga, pois as únicas coisas que restaram da sua irmã foram a boneca, o retrato e as lembranças.

10 de ago. de 2012

That's what love is about....

Amor, amor, amor... Gostaria tanto que fosse uma ação que garantisse reciprocidade . Mas além de precisar e querer, amor é também se iludir. Passar horas em prol de outra vida é lindo e seria perfeito se essa outra vida as dedicasse nas mesma intensidade pela primeira. Mas a natureza humana de mentir, omitir, esconder e trair é inegável, está ma essencia... A tênue linha entre amar e odiar torna o equilíbrio do amor mais abstrato e mais dependente do que deveria ser possível, pois amar deveria ser algo bom e saudável. Mas o lado compartilhador ganha-se apenas com experiências frustradas de tentativas incompreendidas. O ímpeto de dizer "eu te amo" é um dos falsos agentes que iludem o ser que pensa que ama, ou quem sabe, até o faz, mas do que adianta? Esse ímpeto teria de existir em ambos os lados, o que o tornaria verdadeiro. Mas parece que ele surge do outro lado só quando a ausência da primeira pessoa esclarece e clareia sua mente...

4 de jul. de 2012

Caçando com São Francisco de Assis


Era noite, estávamos apenas eu, meu pai e um amigo dele no carro. O carro havia encalhado numa daquelas poças de lama que formam quando chove muito em estradas de terra. Já havíamos tentado empurrar o carro várias vezes, mas nenhum resultado. Eu tinha 12 anos, morria de medo de escuro, é claro que estava amedrontado, o ambiente era cercado por floresta em todos os lados, apenas a estrada estava livre do mato, o que tornava o ambiente mais assustador.


Decidiram virar a madrugada ali mesmo e pela manhã buscariam ajuda para tirar o carro dali, provavelmente uma ajuda real estaria a uns 10 km de distância, no mínimo. Estava sentado sozinho no banco de trás do carro, um Corsa. Estava cansado, estávamos indo para uma chácara da família que ficava na beira do Rio Capivari.

Como sempre, nesses casos, para piorar toda a situação, começaram a contar histórias de terror, muitas das quais, histórias de pescador. Algumas me aterrorizavam, outras eram mais idiotas do que qualquer coisa. Mas uma em especial me intrigou. Quem a contou foi meu pai:

“Quando eu tinha 14 anos, mais ou menos a sua idade Lucas, meu tio Ivo me chamou para ir caçar perto do antigo sítio da Vó, era dia de São Francisco de Assis, protetor dos Animais. Mamãe falou para não irmos, porque não era bom caçar no dia do padroeiro dos bichos neh?!?

Meu tio nunca ligou pra isso, apesar de vir de uma família Católica, mas naquele dia ele ficou meio com a pulga atrás da orelha. ‘Besteira’ disse ele, e fomos mesmo assim. Nos embrenhamos no meio da mata, cada um com a sua espingarda, começamos a seguir ‘rastros’. Tudo frustrante, passamos 3 horas tentando alguma coisa. Todos os tiros erraram, e já estava noite quando resolvemos voltar.

O Ivo botou na cabeça dele que havia encontrado um rastro, o que era impossível, pois já estava escuro, mas sei lá, aquele bicho é estranho.

E não era que ele tinha encontrado mesmo?!? Mas havia algo de  mais estranho naquele animal, no inicio achamos que era um bicho preguiça, mas esse bicho não existia naquela mata lá. Começamos a atirar e o animal começou a fugir, se pendurando de arvore em arvore, percebemos que um bicho preguiça não teria aquela velocidade e não teria agilidade nos dedos para fazer aquilo.

Apontávamos a lanterna e, quando chegamos mais perto, percebemos que era grande demais para ser um macaco, devia ter mais do que um metro de altura. Eu fiquei assustado e queria correr dali, o que era aquilo? Um animal com corpo de bicho preguiça, mas mais alto do que os macacos brasileiros? Meu tio deu um tiro certeiro no ombro do animal, ele caiu na beirada de um rio. Corremos até ele, ele estava caído com a MÃO em cima da ferida no ombro. 

Achamos que o animal estava morto, com o olho fechado. Meu tio ia passar a mão por baixo pra levá-lo para casa como a recompensa do dia, porém quando encostou no corpo dele, afastou-se rapidamente e disse ‘É gelado’. Não tive nem coragem de encostar, dei dois passos para trás e me pus atrás do meu tio.

O bicho-preguiça alto e com mãos de gente abriu os olhos e nos encarou, seu corpo já estava ensanguentado. Recuamos mais um pouco enquanto o animal se levantava. Ele ficou em pé e nos encarou, colocou a “MÃO” no ferimento novamente e deu um grito, consegui sentir a dor dele na minha espinha. O animal entrou no rio urrando e desapareceu deixando-nos boquiabertos.

Trocamos olhares até que meu tio disse ‘É, com coisa de Santo não se brinca’, pegamos nossas coisas e voltamos correndo para casa. Nunca mais comentamos essa história com ninguém.”

E assim eu passei o resto da minha noite, fitando todas as janelas a espera do olhar e do urro do Bicho, uma vez que era dia de São Francisco de Assis.


26 de abr. de 2012

De um povo heroico surgiu o brado retumbante!



No sábado, 21 de Abril, o Brasil ouviu os gritos de uma população desgostosa com a corrupção no sistema político do país. O dia de Tiradentes foi escolhido para ser o Dia do Basta, para tanto, o movimento tomou as ruas em várias partes da nação. Acompanhei de perto, em Curitiba, as ações de um povo que acredita no sonho intenso de uma pátria amada limpa de corruptos.
A passeata se concentrou na Boca Maldita. Se a chuvinha espantou muita gente, tantos outros estavam lá presentes para honrar o verde-louro da bandeira nacional. Assim, aos poucos a manifestação foi ganhando força e reverberando através de músicas como: “Judiciário cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”, “Camarote não, a luta é aqui no chão”, “Vem, vem, vem pra rua vem, pelo Brasil” (as duas últimas para chamar o povo para a luta).






Esse foi o primeiro evento que presenciei, na minha, ainda, curta vida, no qual o desejo de mudança ecoava nos gritos da população. Mais do que uma questão de cidadania, direitos e deveres, estavam lá para sair da passividade e a partir da união lutar pela tão sonhada “ORDEM E PROGRESSO”.
Progresso que é disfarçado e transformado num verniz ilusionista pelos mesmos políticos ladrões, ou como Arnaldo Jabor diz “só se fala em mudança para que nada mude”. Os corruptos não se contentam apenas em roubar o dinheiro, eles ainda implementam padrões medíocres de pensamento “desenvolvicionista”, padrões que transformam aqueles “políticos” que projetam mais alto em alienados e sonhadores. Quando na verdade, esses são os realmente interessados em mudar o futuro, leia-se Critóvan Buarques da vida.

Vou pegar uma frase emprestada do livro “É preciso salvar a comunicação” de Dominique Wolton: “Se a política está em crise hoje em dia, em parte é porque os cidadãos estão muito mais exigentes, possivelmente mais inventivos, se pensarmos, por exemplo, na extensão que assumiram os movimentos de luta pelos direitos humanos e pela ecologia”. Sinto falta nessa frase da menção à luta por uma política honesta. Talvez, ela não esteja ali, porque esses movimentos ainda estão para acontecer. Ou estão começando, com o Dia do Basta!
Os organizadores da manifestação prometeram mais ações, afirmaram que estavam elaborando um material sobre cidadania para distribuir em escolas. Coletaram assinaturas, divulgaram mais duas possíveis passeatas para esse ano. Ou seja, este movimento deve ser constante e dinâmico, não algo isolado.
A pluralidade de organizações também era visível, longe de filiações à partidos políticos, estavam lá desde a galera que tem uma experiência no estrangeiro até o pessoal da ecologia, educação, saúde, etc.
      
        Ao contrário do ocorrido em São Paulo, a passeata foi pacífica, sem nenhum registro de violência, uma vez que o objetivo do movimento era influir “moralmente” na população brasileira.


     
         O que eu tiro disso? Tiro que temos que sair da cacofonia de Babel proporcionada pela desunião e nos juntar na tão sonhada aldeia global da reinvindicação.

26 de jan. de 2012

Desabafo




A brisa salgada do mar, o ritmo reconfortante das ondas, a areia macia sobre os pés, tudo provoca aquela sensação de harmonia no espírito.
Definitivamente, não há nada melhor do que caminhar na praia para afogar as mágoas do coração. Desabafos e lamúrias são levados para longe pelo vai e vem do oceano, são guardados nas mais profundas águas, transportadas pelas mais velozes correntes marítimas...
Peço que, assim, o meu também seja levado e que isso ajude a aplacar a dor que corrói a minha alma:
“Dizem que quando amamos uma pessoa, significa que a amamos mais do que a nós próprios. Concordo que esse realmente seja o caso. Quando amo uma garota, sinto que gostaria de passar cada minuto tendo algum tipo de contato com ela, gostaria de estar sempre ali, viver eternamente na presença dela. O conceito de alma-gêmea cai muito bem, é como se eu estivesse completo, e que o que eu gostava em mim passasse a ser superado pelos meus sentimentos por ela. A química entre nós representa a sincronia e a gravidade que geram os nossos movimentos juntos. A, sempre presente, sensação de algo novo a ser descoberto garante o amor incondicional e a vontade de estar vivo para sempre conhecer mais. Porém, a doçura desse sentimento pode facilmente virar um veneno que destrói a alma, pode apenas deixar um buraco e garantir uma vida incompleta, pode provocar feridas que são curadas facilmente, ou até mesmo, pode degenerar cada centímetro do ser, consumindo sua essência. No meu caso, grande mar, o meu ultimo romance, acabou produzindo o ultimo tipo de veneno. Não sei se meu amor não foi o suficiente, ou se a distância trazia alguma insegurança para ela. Independente dos motivos, não fui capaz de conter o seu fogo, ela precisou de mais do que apenas EU. Recorreu à ideia de manter mais de um relacionamento, e não teve nem a intenção de manter segredo, disse que era algo sem compromisso, não sei se me entende? Nem eu entendi. Sabia que a imperfeição do ser humano, muitas vezes, criava essa ilusão maluca da necessidade de mais de uma pessoa. Portanto, a perdoei, mas a dor era intensa e dilacerava qualquer esforço de manter a sinceridade em jogo. Sabia que a estava privando de um desejo, e que era algo que acabaria com a nossa estabilidade.
Não só acabou com a nossa estabilidade, como acabou com a nossa presença física. Fiquei sabendo alguns dias depois que a prisão que criara em torno dela acabou a sufocando. Ela foi encontrada morta em seu quarto, em uma alusão a minha prisão, enforcou-se. A culpa pela morte pesou sobre meus ombros. Sabia que tinha sido o carrasco dela. Mas aí parei pra pensar. Qual o significado de se entregar integralmente num amor, sendo que todo o esforço, todo o comprometimento não garante um futuro? A busca eterna por alguém que me amasse, me fizesse sentir a segurança e que eu pudesse proteger, representa sempre algo indefinido num horizonte distante...”
As lágrimas ajudam a aquietar, momentaneamente, o meu espírito.
“É por isso que peço que leve para longe esse desabafo, e que junto, afogue e guarde meu estado físico, para que eu possa, também, fazer parte da sua harmonia e que o meu espírito possa provar do equilíbrio dos oceanos...”

12 de jan. de 2012

Redenção!



O décimo episódio da terceira temporada (The New Deal) trouxe grandes surpresas para os milhões de fãs que aguardavam ansiosamente após um hiatus. Esse recomeço da série representa também o começo de grandes histórias para os personagens. Finalmente temos a presença de Torrey Devitto como a Dra. Fell que possivelmente será dona do coração de Alaric. E o tão esperado beijo entre... Tudo em seu tempo!
As ações e escolhas de Stefan, no que diz respeito à salvar Klaus e depois roubar os caixões da família do “ancião” como vingança, garantiram à Damon e Elena vários problemas. Klaus, o vampiro nada bonzinho, recorreu à violência e aos seus híbridos para por em prática suas artimanhas contra a família da jovem Elena, visando deixar claro que não pararia até encontrar Stefan e os preciosos esquifes. Rolou muito sangue!
O episódio celebra, ainda, a redenção entre os dois irmãos Salvatore: Stefan revela o motivo de ter impedido a morte de Klaus pelo irmão, e garante que foi para o bem de Damon. A conversa elevou a relação deles para uma aliança contra o nefasto vampiro. Agora, ambos estão empenhados, com a ajuda de Bonnie, a descobrir o segredo que colocará um final na trama de Klaus. Porém, nem tudo está resolvido entre os dois. Para a alegria de muitos, inclusive eu, Damon deixou-se levar pelas suas inquietações e finalmente revelou suas “intenções” para a tão cobiçada Elena. O beijo entre os dois pode garantir um novo rumo na história, escapando daquela tensão sexual de três temporadas, mesmo tendo acontecido num momento de instabilidade da personagem.
Por fim, o episódio reserva partes tristes para os telespectadores, além do acidente de Alaric, que por ironia do destino conhece a Dra. Fell, há também a decisão de Elena em afastar Jeremy dos perigos de Mystic Falls, lágrimas à parte, a cena mais emocionante do episódio rendeu muitos ataques cardíacos nos corações das jovens que, com certeza, assistirão esse episódio muitas vezes com uma nostalgia digna!
O episódio honrou a espera e garantiu muitas novidades para as tramas seguintes!

8 de jan. de 2012

Escola de Frankfurt e a Mídia



A influência da mídia na cultura e na moral social vem sendo analisada desde o século XIX com a Escola de Frankfurt, na Alemanha. Levantando aspectos como: A popularização de cultura midiática e as transformações nas artes devido aos valores midiáticos.
A primeira tem muita similaridade com a pasteurização dos conceitos abordados, ou seja, os meios de comunicação buscam simplificar, padronizar, superficializar e parcializar a informação repassada, tudo para facilitar a manipulação da opinião pública.
A última, dessa forma, representa a elitização da cultura e consequentemente, da arte. Segundo Adorno, pensador frankfurtiano, as artes representariam a moral social vigente, porém a cultura popular da valorização da moral familiar e do detalhe fora gradativamente mudando para a cultura elitista da venda de produtos diversificados, criando a idéia de ostentar. Assim sendo, a mídia teve a função de criar uma cultura de massa narcotizante.
A sociedade cultural adquiri, nesse panorama, um status de “oprimida”, pois as mensagens já mastigadas e refletidas pela mídia impedem que o receptor altere sua percepção de mundo, impossibilitando-o, portanto, de trabalhar e desenvolver arte.
Dessa forma, uma maneira de resistir à influência midiática é a integração social que possibilite o debate, gerando ideais e consequentemente, o questionamento dos meios de informação.