No sábado, 21 de Abril, o Brasil ouviu os gritos de uma população desgostosa com a corrupção no sistema político do país. O dia de Tiradentes foi escolhido para ser o Dia do Basta, para tanto, o movimento tomou as ruas em várias partes da nação. Acompanhei de perto, em Curitiba, as ações de um povo que acredita no sonho intenso de uma pátria amada limpa de corruptos.
Esse foi o primeiro evento que presenciei, na minha, ainda, curta vida, no qual o desejo de mudança ecoava nos gritos da população. Mais do que uma questão de cidadania, direitos e deveres, estavam lá para sair da passividade e a partir da união lutar pela tão sonhada “ORDEM E PROGRESSO”.
Progresso que é disfarçado e
transformado num verniz ilusionista pelos mesmos políticos ladrões, ou como
Arnaldo Jabor diz “só se fala em mudança para que nada mude”. Os corruptos não
se contentam apenas em roubar o dinheiro, eles ainda implementam padrões
medíocres de pensamento “desenvolvicionista”, padrões que transformam aqueles
“políticos” que projetam mais alto em alienados e sonhadores. Quando na
verdade, esses são os realmente interessados em mudar o futuro, leia-se
Critóvan Buarques da vida.
Vou pegar uma frase emprestada do
livro “É preciso salvar a comunicação” de Dominique Wolton: “Se a política está
em crise hoje em dia, em parte é porque os cidadãos estão muito mais exigentes,
possivelmente mais inventivos, se pensarmos, por exemplo, na extensão que
assumiram os movimentos de luta pelos direitos humanos e pela ecologia”. Sinto
falta nessa frase da menção à luta por uma política honesta. Talvez, ela não
esteja ali, porque esses movimentos ainda estão para acontecer. Ou estão
começando, com o Dia do Basta!
Os organizadores da manifestação
prometeram mais ações, afirmaram que estavam elaborando um material sobre
cidadania para distribuir em escolas. Coletaram assinaturas, divulgaram mais
duas possíveis passeatas para esse ano. Ou seja, este movimento deve ser
constante e dinâmico, não algo isolado.
A pluralidade de organizações
também era visível, longe de filiações à partidos políticos, estavam lá desde a
galera que tem uma experiência no estrangeiro até o pessoal da ecologia,
educação, saúde, etc.
Ao contrário do ocorrido em São Paulo, a passeata foi pacífica, sem nenhum registro de violência, uma vez que o objetivo do movimento era influir “moralmente” na população brasileira.
O que eu tiro disso? Tiro que temos que sair da cacofonia de Babel proporcionada pela desunião e nos juntar na tão sonhada aldeia global da reinvindicação.
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