30 de jul. de 2011

Quite Simple


Amanda caminhava pela areia da praia absorta com os paredões rochosos que circundavam o arquipélago. Toda aquela paisagem trazia a tona inúmeros sentimentos e lembranças, a nostalgia naquele lugar era extremamente forte! A angústia a consumia, aquela mistura de coisas boas e ruins a deixava em dúvida sobre suas emoções e o seu caráter.
Enquanto andava, percebeu que ria, mas aquele riso não tinha ares de engraçado ou felicidade, parecia algo meio gélido, incumbido, apenas, de afastar aquelas idéias para longe. Ela que sempre fora uma garota que nunca ligara para os métodos que utilizava para alcançar o prazer, deparava-se agora com essas maluquices de gente que tem medo de viver? Estava exatamente naquele lugar paradisíaco graças ao seu talento golpista e sua ótima laia.
Talvez o fato de nunca ter alguém que a acompanhasse porque a conhecia e gostava dela, fosse o motivo daquela reviravolta na sua cabeça, nunca ligara para essas paranoias do coração, a solidão sempre fora sua maior companheira, irônico não? É tão engraçado quando aprendemos a escutar o que sentimos, ela que sempre tivera tanto dinheiro e sempre se achou no céu das realizações, acabou por não perceber que nunca fora escoltada pela magia do amor, e tudo aquilo que se passava naquele lugar maravilhoso não acrescentava nada a sua grotesca vida.
A noite começava a cair, mas estava muito distante do que sentia, aquela dor da descoberta de que sua vida não passava de algo falso e inescrupuloso! Renegara sua mãe no leito de morte, usara inúmeras pessoas para alcançar a fama, roubou de tantas outras e se desfez da sua alma em troca da trivialidade.
Fitou uma estrela naquele céu maravilhoso, lembrava o rosto da sua mãe, aquela mulher santa que lutara até o ultimo suspiro por ela, e foi com aquele suspiro, e com um sorriso provocado pela lembrança que deitou com a cabeça na areia branca e dormiu, sonhou com o reencontro das duas e por lá ficou...

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